» Peregrinação
Realizar uma peregrinação é, paradoxalmente, parar para pensar e para escutar.
Em Abril e Maio, de norte a sul de Portugal, milhares de homens e de mulheres empreendem uma das mais importantes viagens das suas vidas: a peregrinação a Fátima.
Movidos pela Fé, a viagem que os peregrinos fazem, dia após dia, por campos, estradas, aldeias, vilas e lugares, é, certamente, um momento único de recolhimento e de reflexão. Realizar uma peregrinação é, paradoxalmente, parar para pensar e para escutar.
Pensar no que de mais importante tem a nossa vida: a Fé, o Amor a quem nos quer bem, a Família, a Saúde ou a Paz, que serão, certamente, as principais razões ou motivações para a peregrinação; Escutar o nosso pensamento, no silêncio do recolhimento e no som revigorante dos passos que se vão sucedendo numa cadência certa e que nos aproximam de um objectivo.
As peregrinações são tão antigas quanto a humanidade. De Meca a Lourdes, de Fátima a Santiago de Compostela ou de Nossa Senhora D'Aires, em Viana do Alentejo, a Nossa Senhora da Boa Nova, em Terena, a peregrinação representa sempre um ritual de encontro de cada um com a sua Fé e com a sua essência, enquanto ser humano.
Fátima recebeu, no dia 13 do corrente, meio milhão de crentes. Todos lá foram porque quiseram parar a rotina das suas vidas, escutar a sua Fé e reencontrar os seus valores mais profundos. O mesmo fazem os muçulmanos, os judeus e todos os seres humanos, independentemente das suas crenças e religiões.
Pode ser que, um dia, toda humanidade se encontre no final de uma peregrinação e entenda que a essência da nossa vida é vivermos todos uns com os outros, escutando-nos mutuamente com atenção e respeito, ajudando o próximo e vivendo em Paz. É esta a mensagem de todas as religiões de todos os tempos.
14/05/2007
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