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» As palavras geradoras do interior

Trabalho, Habitação, Saúde, Educação e Apoio Social devem ser as palavras geradoras das políticas nacionais e locais promotoras do desenvolvimento do interior

No sábado, uma notícia do jornal Expresso chamou-me a atenção: No concelho algarvio de Alcoutim, durante o ano de 2005, nasceram apenas 13 bebés, tendo falecido 74 pessoas. O Presidente da Câmara, Francisco Amaral, suscitado a comentar o facto, referiu que são necessárias políticas atractivas que consigam trazer pessoas de Lisboa ou do litoral para viverem no interior.

O que se passa em Alcoutim, passa-se, infelizmente, na generalidade dos municípios do interior de Portugal. Na realidade, o interior português encontra-se perante um futuro preocupante. Por um lado, assiste-se a uma assinalável quebra demográfica, uma realidade com objectiva tendência para aumentar, nas próximas duas a três décadas; por outro lado, a esmagadora maioria da população ainda residente no interior português é idosa; por último, a hemorragia mais preocupante: a saída dos mais jovens e mais qualificados. Três evidências que, adicionadas, nos dão uma certeza: o interior português, particularmente na sua dimensão rural, está em claro perigo de um efectivo, dramático e, eventualmente irreversível, despovoamento.

O despovoamento previsível do interior só poderá ser contrariado com um processo inverso: criando condições para a fixação de pessoas no território. Como fazer isso? Que argumentos poderão convencer um jovem casal a decidir fixar-se em Alcoutim? A resposta a esta questão não é fácil. Mas, certamente, que o acesso a valores como o Trabalho, a Habitação, a Saúde, a Educação ou o Apoio Social, serão, certamente, critérios importantes para a construção de um projecto familiar.

Trabalho, Habitação, Saúde, Educação e Apoio Social - que são valores que determinam as decisões das pessoas e das famílias - devem ser as palavras geradoras das políticas nacionais e locais promotoras do desenvolvimento do interior.

Daqui a trinta anos - como agora, como há trinta anos atrás - as pessoas continuarão a escolher os territórios que lhes garantam trabalho e reais garantias de acesso, fácil e de qualidade, à saúde, à educação e ao apoio social. É nestes territórios que as pessoas constroem as suas casas e as suas famílias.

12/03/2007

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