» Eclipse
O mundo só pode ser
melhor do que até aqui,
quando consigas fazer
mais p'los outros que por ti!
Na noite do passado sábado, ocorreu um eclipse total da Lua. Durante alguns minutos, o Sol, a Terra e a Lua alinharam-se, de tal forma, que a Terra se intrometeu entre a estrela e o pequeno planeta e, dessa forma, remeteu este último para uma sombra que o tornou invisível.
Naquela noite, tal como quando ocorre a Lua Nova, foi possível observar o firmamento e identificar dezenas, centenas, milhares de estrelas. Nestes momentos, em que nos fixamos na imensidão do cosmos, normalmente apercebemo-nos da pequena importância que temos na enorme magnitude do Universo.
Seremos a única forma de vida existente? Haverá alguém entre nós e aquela plêiade de estrelas que observamos? Será que foi apenas aqui, neste planeta, que ocorreu o milagre da vida? Estas e outras tantas perguntas assaltam-nos o pensamento e deixam-nos perante algumas das mais antigas questões da Humanidade. Questões para as quais ainda não encontrámos resposta.
No entanto, no sábado, enquanto percorria o céu com o olhar, lembrei-me de três pessoas que pouco têm a ver umas com as outras: Neil Amstrong, José Saramago e António Aleixo.
Neil Amstrong, astronauta americano, foi o primeiro ser humano a pisar a Lua, em 21 de Junho de 1969 e disse, nesse histórico momento, que era " um pequeno passo para o homem, mas um grande passo para a humanidade";
José Saramago, agraciado com o Prémio Nobel da Literatura em 1998, referiu, na cerimónia em que recebeu esta distinção, que, " neste meio século não parece que os governos tenham feito pelos direitos humanos tudo aquilo a que moralmente estavam obrigados. As injustiças multiplicam-se, as desigualdades agravam-se, a ignorância cresce, a miséria alastra. A mesma esquizofrénica humanidade capaz de enviar instrumentos a um planeta para estudar a composição das suas rochas, assiste indiferente à morte de milhões de pessoas pela fome. Chega-se mais facilmente a Marte do que ao nosso próprio semelhante";
António Aleixo, um grande poeta português - que nunca recebeu nenhum Prémio Nobel, nem nunca viajou no espaço - deixou-nos esta mensagem:
"O mundo só pode ser
melhor do que até aqui,
quando consigas fazer
mais p'los outros que por ti!"
05/03/2007
|